Dor nas costas: o que pode ser?

Lombalgia, dor lombar, dor nas costas... Existem vários nomes para um mesmo sintomas, que incomoda muitas pessoas, jovens e idosos, homens ou mulheres, indiscriminadamente. As vezes leve e passageira, as vezes intensa e incapacitante, a dor lombar tem muitas causas, diagnósticos e, também, tratamentos.

Dr. Caio Martins

3/14/20244 min read

woman in white tank top and blue denim shorts sitting on bed
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Dor nas Costas, o que pode ser? Quais os tratamentos?


Sintomas mais comuns

Dor nas costas, dor lombar, lombalgia… muitos nomes são usados para descrever aquela dor que incomoda muita gente, muitos dias das nossas vidas. Pode afetar pessoas de todas as idades, principalmente adultos. Às vezes ela surge do nada, sem aviso prévio, como uma dorzinha chata que não vai embora. Outras vezes, vem com força total, dificultando até mesmo a realização dos movimentos mais simples, com aquela sensação de “estar travado”. Fica difícil levantar da cama, sentar em uma cadeira sem sentir dor, e até ir ao banheiro ou tomar banho. E logo vem alguém dizer que “deve ser ciático!”. Será mesmo?


Como identificar o tipo de dor nas costas?

Assim como a diversidade de nomes, existe também uma diversidade de diagnósticos ou causas para a dor lombar. O ciático é uma delas. Mas também pode ser pedra no rim, hérnia de disco, artrose da coluna, “bico de papagaio”, dor miofascial, tensão muscular, câncer, doenças auto-imunes, fraturas ósseas e até mesmo causas intra-abdominais para essa dor. Daí a importância de procurar o seu médico para avaliar o seu caso, pois ele vai saber diferenciar entre as causas e concluir quais exames serão ou não necessários para chegar a um diagnóstico, identificando assim a causa básica do problema.


Quais são os tipos de doenças que podem provocar dor lombar?

Esmiuçando um pouco mais algumas das causas citadas:

  • Dor de origem no nervo ciático: costuma ter uma característica de choque ou queimação, se inicia na região lombar ou na região da nádega, podendo irradiar para a perna (pode chegar até mais ou menos o calcanhar). Costuma piorar quando sentado, pode melhorar ao deitar. O nervo ciático pode estar inflamado ou comprimido (até por uma hérnia de disco);

  • Hérnia de disco: tratar-se da compressão causada pelo disco intervertebral (o "colchão" amortecedor entre as vértebras da coluna) quando ele extravasa, saindo do espaço onde deveria ficar e comprimindo medula ou alguma raiz de um nervo da coluna. A dor também costuma ser em choque ou queimação, e irradia para a região do nervo afetado;

  • Pedra no rim: ou nefrolitíase (termo técnico), gera uma dor de intensidade muito forte, costuma ter início abrupto, pode vir acompanhada de alterações para urinar, náuseas, vômitos. Costuma afetar a região lombar de um dos lados, mas pode afetar desde a coluna até a região anterior do abdome; quem já teve diz que é uma dor insuportável.

  • Artrose de coluna: afeta a articulação entre as vértebras. Costuma ser uma dor mal localizada, na altura das vértebras afetadas (então pode ser lombar, torácica ou cervical). Geralmente começa aos poucos, com menos intensidade, e vai piorando ao longo dos anos. Também costuma doer mais quando sentado ou de pé.

  • "Bico de papagaio": é um termo leigo bastante utilizado que se refere à artrose de coluna que está muito avançada ou gerando algumas pontas de osso da coluna que tocam ou comprimem a medula espinhal. Também costuma ter evolução de anos;

  • Dor miofascial: é um tipo complexo de dor, descoberto mais recentemente, que diz respeito aos músculos e suas fáscias (que são os tecidos que recobrem e separam os conjuntos de fibra de um músculo). Também tem evolução mais crônica, está bastante associado a episódios de "coluna travada", com períodos de melhora intercalando com períodos de piora. Geralmente piora com estresse, ansiedade, depressão. Também piora de pé ou sentado, aliviando um pouco ao deitar. Tem característica inespecífica, podendo variar de dor em choque, queimação, sensação de peso, sensação de estiramento muscular. Muitas vezes as pessoas se referem a esse tipo de dor como "tensão muscular"

  • Câncer: pode variar desde um câncer primário da coluna até metástases de um câncer de outro órgão causando destruição do osso, fraturas ou compressão da medula ou raiz dos nervos. Geralmente é uma dor que se inicia subitamente e piora progressivamente em pouco tempo, ficando muito intensa. Não costuma ter posição que alivie. A forte intensidade da dor é bastante comum nesses casos. Muitas vezes são necessários exames complementares para o diagnóstico correto, e o tratamento requer medicações fortes, às vezes até cirurgia.

Independente da causa, o mais importante é que sempre há tratamento para aliviar a dor! Se você sente algo do tipo, lembre-se que não está sozinho!

Procure um médico da sua confiança, ele saberá avaliar as causas e os tratamentos para o seu quadro.


O que fazer para aliviar a dor nas costas?

Muitas pessoas indicam massagens, alongamentos ou medicações, sem saber realmente se tais coisas funcionam ou poderiam gerar algum risco para a pessoa. Existem diversas medicações para dor, algumas indicadas para certas causas de lombalgia e, outras, contra-indicadas. Por isso é tão importante procurar atendimento médico de qualidade. Seu médico saberá distinguir entre as diversas causas, assim como quais medicamentos e tratamentos são adequados para o seu caso. Isso também reduz o risco de reações adversas de medicações ou tratamentos que não poderiam ser feitos em certos casos específicos.

Fato é que até mesmo uma massagem pode piorar a dor em uma pessoa que tem dor por hérnia de disco ou compressão do ciático, e melhorar a dor em outra pessoa que tem dor por causa miofascial ou contratura muscular.

Além do tratamento medicamentoso, a fisioterapia com profissional qualificado e as terapias injetáveis, como a infiltração de pontos gatilhos e bloqueios miofasciais ajudam bastante a aliviar a dor de diversas causas, tanto aguda quanto crônica.

Dependendo da causa, tempo de início e intensidade da dor, pode ser necessário o tratamento com medicações como analgésicos simples (para os casos mais leves) ou até medicações mais fortes, como os opióides, nos casos mais graves. Tais medicações tem maior risco de efeitos adversos graves e até potencial de dependência. Portanto, são medicações com maiores restrições de uso e prescrição, e exigem um acompanhamento mais próximo.

Então sempre consulte seu médico de confiança. Ele vai te ajudar a reduzir a dor e tratar o problema. Saberá guiar o tratamento da melhor forma, para o seu caso individualizado.

Texto meramente informativo. Não se trata de indicação diagnóstica ou terapêutica de nenhum tipo.