Patologias e seus tratamentos

Aqui você encontra algumas patologias bastante comuns no cotidiano do Clínico Geral e do Especialista em Dor. Lembrando que não se trata de orientação de diagnóstico ou tratamento, mas sim de conteúdo informativo.

     É uma patologia marcada pela falta da produção de insulina (no caso do Tipo 1) e pela ineficiência da insulina (no caso do Tipo 2). Em ambos os casos, há um aumento da glicose circulando no sangue. Por si só, esse carboidrato em excesso pode causar alguns sintomas como mal estar, náusea, turvação visual, excesso de sede, excesso de urina, perda de peso involuntária, fome aumentada. A longo prazo, os níveis tão elevados fazem com que a glicose acabe se ligando a estruturas as quais não se ligariam normalmente, causando disfunção das mesmas. Por isso, são frequentes as complicações do diabetes não tratado (ou tratado incorretamente, como na hipertensão): doença renal crônica, disfunção cardíaca, doença vascular periférica, também aumenta o risco de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral.

     Valores alterados de glicemia, mesmo sem alcançar o mínimo para diabetes, já podem significar intolerância do organismo em lidar com a glicose, sendo característica do pré-diabetes.

     A tireóide é uma glândula localizada na região anterior do pescoço e produz alguns hormônios importantíssimos para o funcionamento do nosso organismo. A causa mais comum de hipotireoidismo é a Tireoidite de Hashimoto, um tipo de doença auto-imune que afeta a glâncula. Nessa patologia a produção de Tiroxina é insuficiente. Esse hormônio é responsável por regular a atividade e "velocidade" de várias reações no nosso organismo. Nesse caso, sempre lembramos da taxa metabólica basal, onde a falta de T4 faz com que o gasto energético médio diminua, causando certa facilidade para o ganho de peso. Além disso, outros sintomas comuns são fadiga, lentidão, constipação, intolerância ao frio, redução de pilificação e do cabelo, anemia, bradicardia, aumento de colesterol, entre tantos outros.

     Já o Hipertireoidismo geralmente causa sintomas contrários: aceleração do metabolismo, emagrecimento involuntário, taquicardia, suor em excesso, nervosismo, tremor, pressão alta... Geralemente é causado por outra doença autoimune, a doença de Graves.

     Angina de peito, ou angina pectoris, é o tipo de dor no peito de origem cardíaca. É causada por redução do fluxo de sangue para o músculo do coração secundária a doença arterial coronariana (a obstrução ou "entupimento" dos vasos que levam sangue para o músculo). Pode iniciar aos esforços físicos como correr, andar mais rápido, subir escadas. Costuma ser uma dor em aperto, no tórax (no centro, do lado esquerdo, menos comum no lado direito), com irradiação para o pescoço, braços ou costas, melhora em poucos minutos ao descansar. É um sinal clínico importante para o risco de Infarto. Deve ser tratada o mais precocemente possível.

     Já a Insuficiência Cardíaca é uma síndrome comumente conhecida como "coração fraco". Geralmente secundária à pressão alta, obstrução coronariana, infarto prévio. Causa edema (inchaço) das pernas e barriga, cansaço, falta de ar que piora aos esforços. Muitas pode ser prevenida com o tratamento precoce das outras doenças mencionadas.

     Os tipos mais comuns são a Enxaqueca e a Cefaleia Tensional, mas existem outros como cefaleia em salvas, cefaleia occipital, hemicrania paroxistica, cefaleia hípnica, e alguns mais raros. A diferença para pensarmos numa simples dor de cabeça como uma doença é que elas são mais frequentes e/ou de intensidade muito forte, causando algum incômodo ou prejuízo para a rotina da pessoa. Nesse caso, então, pode haver indicação de tratamento com medicações que evitam que as crises de dor de cabeça se iniciem ou reduzam sua intensidade, melhorando, com isso, a qualidade de vida.

   A dislipidemia pode ser de origem genética (hipercolesterolemia familiar) mas também está muito associado a sedentarismo, sobrepeso, alimentação incorreta. É fator de risco importante para doenças cardiovasculares, como infarto, AVC, doença vascular periférica. Por causa disso é muito importante o tratamento correto, seja com mudanças do estilo de vida e até mesmo com medicações quando necessário.

     O sobrepeso e a obesidade também podem ter interferência genética, mas estão muito relacionados ao sedentarismo, baixa qualidade nutricional e consumo calórico elevado. O grande problema é que são fatores de risco para diversas doenças, como diabetes, hipertensão, doença cardíaca e pulmonar. Mas a obesidade tem tratamento! Como sempre, mudanças no estilo de vida são essenciais, mas quando não são suficientes é necessário o uso de medicamentos para auxiliar.

     A asma é secundária a uma hiperreatividade dos brônquios, que se estreitam e dificultam a passagem do ar. Os sintomas principais são a falta de ar, tosse seca crônica e sibilos (um som de chiado no peito). Pode piorar com atividade física, as vezes tem crises que iniciam subitamente e até mesmo durante a noite. Nos casos mais leves, o tratamento pode ser feito quando os sintomas aparecem. Nos casos moderados e graves é necessário tratamento contínuo com as famosas "bombinhas", que são medicamentos na forma inalatória.

     Pode ser considerada uma patologia por si só. A partir de 3 semanas do início do sintoma, já podemos considerar a dor como sendo crônica. Pode causar bastante desconforto para a pessoa, piorar seu humor, sono, qualidade de vida, muitas vezes até se associando com quadros de Depressão ou Ansiedade. Pode ter características dos tipos de dor: nociceptiva (geralmente de causa inflamatória ou por lesão do tecido ou estrutura); miofascial (aquela dor que parece muscular, semelhante a um alongamento ou tensão contínua do músculo, as vezes com sensação de "estar travado"); neuropática (muito associada à lesão direta ou indireta de um nervo, pode ter sensação de choque, queimação, sensação de formigamento, redução da sensibilidade, ou até estar associada a sensibilidade intensa da pele da região ao toque, mesmo que suave.

     A Fibromialgia é uma patologia que causa dor difusa, em várias partes do corpo, sem haver uma lesão direta naquela local. Causa também cansaço intenso, sono não reparador, sensação de esquecimentos frequentes, piora da dor com exercício ou esforço físico.

     A Síndrome de Dor Miofascial é bastante semelhante, porém a localização da dor é mais comum na coluna e pescoço e geralmente não vem acompanhada dos outros sintomas da fibromialgia.

     A Ansiedade pode ser doença quando é constante e muito intensa, relacionada a diversas áreas da vida, muitas vezes desproporcionais aos eventos causadores, associada a pensamentos negativos ou catastróficos, insonia importante, tensão muscular, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração. Tem um curso crônico e geralmente está associada a diversas procuras prévias por atendimento médico sem chegar a uma resolução ou diagnóstico. Geralmente inicia na juventude mas pode ocorrer também em pessoas acima dos 50 anos.

     A Depressão é uma patologia que costuma causar tristeza profunda e anedonia (essa palavra vem do grego (A), “sem”, mais (HEDON), “prazer”, inabilidade em sentir prazer ou divertir-se, falta de vontade de realizar as atividades que gosta ou as atividades do cotidiano). A pessoa fica chorosa, as vezes ocorre insonia, faltas ao trabalho, e nos casos mais graves pode acontecer isolamento social, inapetência com perda de peso ou comer em excesso com ganho de peso, sono em excesso e pode ter associação com suicídio. O tratamento é multimodal e varia conforme a gravidade, com possibiilidade de Psicoterapia, atividade física e medicações. 

Dor Crônica

Dor de Cabeça (Cefaleia)

Fibromialgia e Síndrome de Dor Miofascial

Transtorno Depressivo

Transtorno de Ansiedade

Diabetes Tipo 1 e Tipo 2, Pré-Diabetes

Hipotireoidismo e Hipertireoidismo

Angina Pectoris e Insuficiência Cardíaca

Dislipidemia (colesterol alto), Sobrepeso e Obesidade

Asma

Gastrite

     Causada pela lesão da mucosa do estômago pelo ácido clorídrico. Na evolução mais grave, pode haver formação de úlcera. Os sintomas mais comuns são a dor na região do estômago (que pode ou não ser em queimação), dificuldade de digestão, sensação de "barriga cheia". Alguns alimentos podem piorar os sintomas, como o excesso de café, refrigerantes, bebidas alcoolicas. As vezes são necessários exames complementares para o diagnóstico, avaliação de complicações  (como endoscopia digestiva para investigar a presença de úlcera de estômago ou duodeno, infecção pela bactéria Helicobacter pylori, fatores que necessitam de tratamento diferenciado) ou exclusão de outras causas (pedra na vesícula, pancreatite  e hepatite são alguns exemplos de doenças que também podem causar sintomas semelhantes). O principal tratamento é com medicações para reduzir a acidez do estômago - a classe dos inibidores da bomba de prótons - sendo o Omeprazol o mais famoso deles. 

Sintomas urinários e Aumento da Próstata (Hiperplasia Prostática Benigna)

     Como o próprio nome diz, é uma doença benigna, não sendo sinônimo ou causadora de câncer de próstata. Trata-se de um aumento generalizado de tamanho da próstata, muito comum em homens acima dos 50 anos - quase 70% dos homens entre 60 e 69 anos, e quase 80% dos homens acima de 70 anos tem algum grau de aumento da próstata.

     Já os sintomas urinários são um pouco menos frequentes - 46% dos homens apresentam sintomas moderados ou graves acima dos 65 anos e até 70% daquelos com 80 anos ou mais. Diabetes, doença cardiovascular, obesidade, sedentarismo também são fatores de risco associados a esses sintomas.

     Urgência para urinar (vontade súbita de urinar com dificuldade intensa para segurar), aumento da frequência urinária (ir várias vezes ao banheiro) durante o dia ou durante a noite, incontinência, sensação frequente de bexiga cheia, jato urinário fraco e/ou intermitente, dificuldade para iniciar a urina, necessidade de "fazer força" para conseguir urinar e dor para urinar são os sintomas mais frequentes desses problemas.